quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Estratégias de venda

1. MEDO 
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Se você não comprar, seu mundo vai acabar. Usar medo e punição para vender é uma arma poderosa, que se enraíza em nossos instintos de sobrevivência e controle do ambiente. Ninguém quer passar por dificuldades por causa de uma decisão errada na hora de gastar. Tocar o terror lembra você disso. E a razão está em um mecanismo do seu cérebro - os chamados "marcadores somáticos", descritos pela primeira vez pelo neurocientista português António Damásio. Esses marcadores são atalhos que nos ajudam a fazer escolhas com base naquilo que já vivemos ou sabemos, tornando automáticas nossas ações do dia a dia. Por exemplo, não colocamos a mão no fogo porque o cérebro aprendeu que isso provoca dor. O marcador para "fogo" é associado ao marcador "dor", e isso nos livra de ter que raciocinar toda vez que chegamos próximo a uma fogueira. A estratégia do medo usa esse mecanismo, segundo Martin Lindstrom, autor de A Lógica do Consumo.

2. RELIGIÃO 
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Faça suas orações, pois você está prestes a gastar. Para conquistar consumidores fiéis, algumas campanhas publicitárias atribuem a marcas elementos característicos de uma religião: pertencimento a um grupo, missão definida, histórias e fábulas envolventes, inimigo definido, líder carismático, pregação, mistério, símbolos e rituais. A ideia é simples: o que importa na hora de comprar não são as características do produto, mas a fé na marca e a esperança de ter uma experiência transcendental ao entrar para seu rebanho de consumidores. E a coisa funciona mesmo. Uma pesquisa realizada por cientistas das Universidades de Montreal, Canadá, e Warwick, Inglaterra, com 2 mil pessoas mostrou que marcas fortes desencadeiam na cabeça dos consumidores a mesma atividade cerebral que a reza engatilha em freiras carmelitas.

3. PRESSÃO DO GRUPO 
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Você pode não gostar de um produto, mas basta notar que as pessoas à sua volta acham o contrário para você pensar duas vezes. Somos muito influenciáveis, e mostrar que várias pessoas já aprovam algo é uma maneira de vender sem necessariamente falar do que está à venda, segundo David H. Schaefer, professor de administração e marketing no Sacramento College. Uma das explicações é que certas áreas do nosso cérebro ativadas quando nos sentimos bonitos ou temos dor também são ativadas ao observarmos alguém na mesma situação.

4. HUMOR 
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A publicidade brasileira é craque em fazer anúncios com humor ou coisas absurdas. A intenção é criar uma boa lembrança de seus produtos. Você se lembra da piada, dá uma risada e a associa, ainda que inconscientemente, à marca. Não que você sairá comprando porque achou uma sacada engraçada. Mas a decisão de compra é influenciada por fatores irracionais como essa lembrança. Martin Lindstrom explica em A Lógica do Consumo que todo dia novos marcadores são acrescentados ao nosso cérebro e as empresas estão na disputa para entrar nesse arquivo de atalhos mentais. A estratégia, então, é criar uma situação memorável que será associada ao "marcador" do produto. O único cuidado é para não cair em campanhas em que a piada é memorável, mas a marca, não.

5. DESVIO DA ATENÇÃO 
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Quem anuncia quer atenção, certo? Nem sempre. Uma técnica importante para quem quer vender é desviar a atenção do produto. Isso acontece porque alguns deles têm algo de desagradável ou inconveniente. Em As Mentiras na Propaganda e na Publicidade, Guy Durandin, professor de psicologia social da Universidade Paris 5, diz que, no final dos anos 1970, as companhias aéreas descobriram, por meio de estudos psicológicos, que seus passageiros tinham sentimentos angustiantes de separação e perigo. Elas passaram, então, a focar em outros aspectos não relacionados ao voo, como o conforto da classe executiva e a ausência de escalas. Isso pode acontecer com qualquer produto. A ideia é diluir coisas que possam estimular sentimentos negativos.

6. REFLEXO 
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Se você comprar, vai se sentir como as pessoas da propaganda. O mecanismo usado pelos anúncios com celebridades é o dos neurônios-espelho - aqueles que fazem refletir na gente aquilo que outros experimentam. Aqui, pouco importa o que o produto tem a oferecer em termos práticos, mas sim a capacidade do anúncio de reproduzir sentimentos. Para a publicidade, portanto, a importância de quem aparece é grande. Os garotos-propaganda têm que ser modelos não só de beleza, mas de sucesso, talento e ficha-limpa. Ídolos por definição.
fonte:
http://super.abril.com.br/cotidiano/ilusao-venda-684496.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super&