segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Como se mede o número de sapato?

Tudo começou com um decreto meio maluco do rei Eduardo I, da Inglaterra, em 1305.
Ele estipulou que uma polegada equivaleria a três grãos de cevada secos e alinhados.

A determinação ganhou a simpatia de alguns sapateiros ingleses, que decidiram confeccionar sapatos em tamanho- padrão, de acordo com a quantidade de grãos alinhados.
Trinta e oito grãos equivaleriam ao número 38 e assim por diante.
Isso facilitou a vida deles e a dos fregueses que, antes da padronização, precisavam provar várias vezes um sapato até que ele ficasse pronto.
Os sapatos precisavam ser bem mais largos do que são hoje, porque não havia distinção entre o pé esquerdo e o direito”, explica o designer de calçados Luiz Danilo Diniz.

A diferenciação entre os lados só foi acontecer no começo do século 19, nos Estados Unidos.
Mas não adianta enfileirar grãos de cevada para conferir o número dos seus pés.
Durante a revolução industrial, os países europeus decidiram padronizar o tamanho do grão e o transformaram em uma unidade métrica chamada ponto.
O tamanho desse ponto varia de um lugar para outro e é por isso que a numeração muda de acordo com o local.
Os Estados Unidos usam o ponto inglês, enquanto o Brasil e parte da Europa usam o ponto francês, que mede 0,666 centímetro.
Ainda assim, há variações entre países que usam a mesma medida. Alguns, como a Itália, utilizam o meio ponto, ampliando a grade de numeração.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Termodinâmica do Inferno

O Dr. Schambaugh, professor da escola de Engenharia Química da
Universidade de Oklahoma é reconhecido por fazer perguntas do tipo: 
"Por que os aviões voam?" em suas provas finais. 
Sua única questão na prova final de maio de 1997 para sua turma de 
Transmissão de Momento, Massa e Calor II foi: 
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"O inferno é endotérmico ou exotérmico? Justifique sua
resposta."
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Vários alunos justificaram suas opiniões baseados na Lei de
Boyle ou em alguma variante da mesma. 
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Um aluno, entretanto, escreveu o seguinte:
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"Primeiramente, postulamos que se almas existem então elas devem ter
alguma massa. Se elas têm, então um mol de almas também tem massa.
Assim sendo, o estado termodinâmico do inferno é função da grandeza de
seu volume de controle e da taxa do fluxo líquido das almas que passam
pelo mesmo.

Eu acho que podemos assumir seguramente que uma vez que uma alma entra
no inferno ela nunca mais sai. Por isso não há almas saindo. Para as
almas que entram no inferno, vamos dar uma olhada nas diferentes
religiões que existem no mundo hoje em dia. Algumas dessas religiões
pregam que se você não pertencer a ela, você vai para o inferno. Como
há mais de uma religião desse tipo e as pessoas não possuem duas
religiões, podemos assumir que todas as pessoas e almas vão para o
inferno.

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Daí tem-se que a integral de superfície do fluxo de almas sobre o volume
de controle do inferno é negativa o que, de acordo com o teorema da
divergência de Gauss implica dizer que a integral de volume da
divergência do fluxo de almas com relação ao volume de controle do
inferno é também negativa.

Com as taxas de natalidade e mortalidade do jeito que estão, podemos
esperar um crescimento exponencial das almas no inferno em função do
tempo.

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Agora vamos olhar a taxa de mudança de volume de controle do inferno. 

A Lei de Boyle diz que para a temperatura e a pressão no inferno serem
invariantes ao tempo, a relação entre a massa das almas e o volume de
controle do inferno deve ser constante.

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Existem então duas opções:

1 - Se o volume de controle do inferno se expandir numa taxa menor do
que a taxa de almas que entram no mesmo, então sua temperatura e
pressão vão aumentar até ele explodir.

2 - Se o volume de controle do inferno estiver se expandindo numa taxa
maior do que a da entrada de almas, então a temperatura e a pressão
irão baixar até que o inferno se congele.
Então, qual das duas?
Se nós aceitarmos o que Theresa Manyam(A menina mais bonita da escola) me disse no primeiro ano:

"haverá uma noite fria no inferno antes que e eu me deite com você", e levando
em conta que ainda NÃO obtive sucesso na tentativa de me deitar com ela,

então a opção 2 não é verdadeira.
Por isso, o inferno é exotérmico."

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O aluno Tim Graham tirou o único A na turma.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

O poder da intuição

Ela é um dos mistérios mais impenetráveis da natureza humana. Mas está longe de ser uma lenda: a intuição não só existe como é essencial para a nossa vida. E as decisões motivadas por ela podem ser melhores que as mais racionais. Saiba como usar essa ferramenta do cérebro.

O rapaz da câmera pede que Júlio Rasec fale alguma coisa. Júlio está de partida para Portugal. O sujeito que filma, um amigo, quer registrar os últimos momentos dele no Brasil. Mas Júlio não quer papo. Está angustiado. Só diz para a câmera: "Esta noite eu sonhei com um negócio assim... Parecia que o avião caía..." Júlio era tecladista do Mamonas Assassinas. Doze horas depois dessa gravação, em 2 de março de 1996, o Learjet que levava a banda bateu na serra da Cantareira, perto de São Paulo.
Outro caso: Cida Moraes, participante do Big Brother em 2002, tinha uma irmã com câncer. Numa manhã, dentro da casa do BBB, Cida começa a ouvir vozes na cabeça dela. Entende aquilo como a irmã chamando por ela. Horas depois a produção avisa Cida que a irmã acaba de morrer. Sua intuição, como a de Júlio, parecia passar uma mensagem.


A intuição humana é um fenômeno tão bizarro quanto comum. Quem nunca sentiu aquele comichão na boca do estômago dizendo "tem alguma coisa aí"? Mesmo os casos em que não há tragédia no meio não são menos assustadores. Existem pessoas cuja intuição é tão poderosa que elas parecem capazes de ler a mente das pessoas. Não só das pessoas: o psicólogo americano Silvan Tomkins, por exemplo, enriqueceu apostando em cavalos porque, segundo ele, sabia se um animal poderia vencer "só de olhar a expressão no rosto dele". Mas e aí? Tudo isso é real? A intuição é mesmo capaz de ler mentes? E de prever o futuro? A resposta é contraintuitiva.

Mas o que é intuição, afinal de contas? Grosso modo, dá para dizer que existem 3 tipos bem diferentes. O 1º é aquilo de saber o que outra pessoa está sentindo sem fazer força. É "ler a mente" dos outros. O 2º tipo de intuição é o que tem a ver com a experiência: você pratica tanto alguma coisa que não precisa mais pensar para fazê-la - tipo trocar as marchas do carro. Só que algumas pessoas aprendem a fazer coisas bem menos banais. Quase sobrenaturais, na verdade. O 3º tipo é o mais polêmico. É o daquela intuição do Júlio do Mamonas e da Cida do BBB: a capacidade de prever o futuro.

Então vamos começar por esse, claro. Do ponto de vista científico, nós temos premonições o tempo todo. É que prever o futuro pode ser algo tão simples quando saber que, quando um pit bull late para você de dentro de uma garagem com o portão aberto, é sinal de um grande problema pela frente. Nós precisamos desse nível básico 1 de premonição para sobreviver. Mas isso é algo tão automático que ninguém nem chama de "prever o futuro". Premonição para valer é algo mais complexo, como ter certeza de que um avião vai cair, certo? Você sabe disso. Mas seu cérebro não.

Ele trata os problemas simples e os complexos do mesmo jeito. Por exemplo: sua massa cinzenta tem 100% de confiança que, depois de um raio, vai vir o som de um trovão. Ok. E nesses casos, que dependem de leis regulares da natureza, ela acerta sempre. Mas o cérebro é gente como a gente: bastam esses pequenos sucessos que ele se empolga, fica se achando. Aí tenta prever coisas bem mais complexas, como as chances de seu avião sofrer um acidente.


Claro que ele não tem nenhuma competência para isso. Mas acha que tem. Então, num dia em que você estiver indo para o aeroporto e sentir que não deve embarcar, lembre-se: é que seu cérebro ficou computando o risco de o avião cair e, desta vez, concluiu que, sim, se você entrar na aeronave, acabou.
Só que tem uma coisa: se você não der ouvido a ele, embarcar e nada acontecer, a premonição errada vai para o lixo da mente junto com bilhões de outros erros de avaliação que o cérebro faz o tempo todo. E fica tudo por isso mesmo.

Já se você ficou com tanto medo que achou melhor não viajar e o avião acabou caindo, a certeza de que a previsão estava certa será total. Até por isso as histórias de premonições nunca param: houve 51 acidentes com aviões comerciais em 2009. Se só um dos passageiros que deveriam estar nesses voos não embarcou por medo, temos um caso praticamente comprovado de premonição. Ou seja: a chance de que haja coincidência não é nada desprezível. E vale a mesma coisa no caso de quem prevê a morte de uma pessoa querida. A Cida do BBB sabia que a irmã estava doente. Havia uma preocupação natural. E mais: da mesma forma que o cérebro pode dizer que o avião vai cair e não tem outro jeito, ele pode dar um tilt e concluir por A + B que uma pessoa vai morrer num determinado dia. Isso é o que explica o caso de Cida.

Mas o lado puramente ilusório da intuição acaba aí. O que vamos ver daqui para a frente são fatos reais, ligados àqueles outros dois tipos de intuição. E, justamente por serem fatos reais, concretos, são os que mais assustam.

Superpoderes do cérebro
Victor Braden percebeu que acontecia algo estranho toda vez que ele assistia a uma partida de tênis: viu que sabia quando um tenista ia cometer dupla falta. No jogo, para quem não sabe, o atleta tem duas chances de sacar. Então pode soltar o braço na 1ª e, se a bola for na rede ou para fora, parte para a 2ª tentativa. Dupla falta é quando ele erra nesta última. Bom, Victor percebeu que era só o tenista jogar a bolinha para cima, na fração de segundo entre o movimento de saque e o toque na bola, ele podia dizer "Putz, dupla falta!" que não tinha erro: o tenista perdia o saque. Nosso vidente aqui é um bem-sucedido treinador de tênis. Mas isso não parecia o suficiente para justificar tal desempenho. Duplas faltas são raras. Um jogador profissional pode sacar centenas de vezes e cometer só 3 ou 4 delas. "Cheguei a ficar com medo. De cada 20 palpites eu estava acertando 20!", disse Braden ao jornalista Malcom Gladwell (que narrou essa história em seu livro Blink, sobre intuição).

Que tipo de sutilezas de movimento Braden observava para diagnosticar um saque defeituoso antes que ele acontecesse? Ele não tem como responder. Simplesmente sabe se o tenista vai acertar ou não. E ele não é um caso isolado. Esse mesmo instinto guiou 6 especialistas diferentes em arte antiga quando eles viram o que estava sendo propagandeado como uma obra-prima da escultura grega. Era a estátua de um jovem nu supostamente datada do século 6 a.C. pela qual o Museu J. Paul Getty, nos EUA, tinha pago US$ 10 milhões. Análises conduzidas pelo geólogo Stanley Margolis, da Universidade da Califórnia, revelaram que a estátua estava recoberta por uma fina camada mineral, que só poderia ter sido formada ao longo de centenas de anos, ou mesmo milênios, de envelhecimento do mármore. Mas os especialistas bateram o pé: algo lhes dizia que a estátua era falsa. Eles não sabiam dizer exatamente por quê. Mas tinham uma sensação firme de que a estátua era falsa. Quem estava certo, a análise do geólogo ou o olhômetro instantâneo dos especialistas? O olhômetro. Pouco a pouco, investigações conduzidas pelo museu (depois que ele já tinha desembolsado a dinheirama para adquirir a estátua, infelizmente) mostraram, entre outras coisas, que os certificados de autenticidade da obra tinham sido falsificados; que uma escultura bem parecida com ela tinha vindo da oficina de um falsificador em Roma; e que a suposta cobertura mineral antiga podia ser produzida em dois meses, com a ajuda de bolor de batata. Pois é. A intuição se mostrou mais racional que a razão.

O que Braden e os especialistas em arte sentem é aquele outro tipo de intuição: o que melhora com a experiência sem que a gente se dê conta. Tudo de forma inconsciente.

O psicólogo Timothy Wilson, da Universidade da Virgínia, compara essa habilidade ao piloto automático das aeronaves. "A mente trabalha melhor relegando ao inconsciente uma boa parcela do pensamento racional, assim como um jato de passageiros consegue voar com pouca intervenção do piloto."

Alimentar essa máquina inconsciente é simples. Se você joga tênis, pode ir acumulando tantas informações sobre o jogo ao longo dos anos a ponto de, um dia, prever se um tenista vai cometer dupla falta sem pensar um segundo.

Um experimento da Universidade de Iowa conseguiu flagar esse processo de aprendizado inconsciente no momento em que ele acontecia.

O experimento envolvia 4 maços de cartas, dois azuis e dois vermelhos. A missão dos voluntários da brincadeira era ir virando as cartas ao acaso: dependendo do que aparecia nelas, a pessoa ganhava ou perdia pequenas quantias em dólares. A sacanagem embutida na experiência é que as cartas vermelhas ofereciam um ou outro prêmio bacana, mas na maioria das vezes correspondiam a grandes penalidades, que fariam o jogador ficar sem nada se ele insistisse em virá-las. O bom mesmo era virar só as cartas azuis, que sempre traziam um prêmio considerável e, no máximo, penalidades suaves. O grupo de Iowa queria saber com que velocidade os jogadores perceberiam a maldade e passariam a preferir as cartas azuis. É aqui que a coisa fica maluca. Após virar, em média, umas 50 cartas, os participantes já passavam a evitar quase sempre os maços vermelhos. Mas eles não sabiam dizer o motivo. Eles só conseguiam explicar por que preferiam os maços azuis quando o número de cartas viradas chegava a 80. Para entender melhor o que se passava na cabeça dos participantes, os cientistas mediram suas reações fisiológicas. Então plugaram os sujeitos numa máquina que mede a produção de suor nas glândulas que as pessoas têm na palma das mãos.

Ora, como sabe qualquer pessoa que já tenha passado por uma entrevista de emprego, é comum que as mãos fiquem molhadas de suor quando estamos nervosos, um indicador clássico de estresse. Acontece que, em torno da 10ª carta virada - umas 40 cartas, portanto, antes de as pessoas conseguirem verbalizar a razão de seu desconforto -, o suadouro nas mãos ligado ao estresse já se manifestava diante do maço de cartas vermelhas.

Uma regra inconsciente já tinha se apoderado do sistema nervoso dos participantes sem que eles soubessem. A intuição dizia para eles tomarem a atitude certa antes que a parte racional do cérebro soubesse o que estava acontecendo. Intuição 1 x 0 razão. E não é só no baralho que isso acontece, claro. Essa mesma lógica irracional pode determinar se um casamento vai dar certo ou não.
A equipe do psicólogo e terapeuta de casais John Gottman desenvolveu o que poderíamos considerar uma versão mais sofisticada do experimento das cartas. Foi um processo bem mais trabalhoso: ao longo de décadas, Gottman e companhia observaram e filmaram 3 mil casais em conversas supérfluas, sobre qualquer tema do relacionamento deles que tivesse desembocado em alguma discordância - o novo cachorro da casa, por exemplo.

Só para garantir a correlação entre o que era dito e as reações automáticas do organismo (muito menos mentirosas que as palavras), marido e mulher também eram plugados a medidores de batimentos cardíacos, temperatura da pele e produção de suor. Os pesquisadores da Universidade de Washington logo perceberam que apenas 4 indicadores eram suficientes para prever o fracasso de um relacionamento. Gottman apelidou esses indicadores de Quatro Cavaleiros (por analogia com os do Apocalipse): ficar na defensiva, dificultar a discussão, crítica e desprezo.

"Desses, no entanto, o desprezo de longe é o mais importante", afirma Paul Bloom, psicólogo da Universidade Yale (EUA) que adota a classificação proposta por Gottman. "A sentença de morte de um casamento não é quando o casal briga muito, nem mesmo quando eles parecem se odiar, mas quando há desprezo recorrente", diz Bloom. Pequenos sinais dessa emoção negativa em conversas, como rápidas viradas de olhos, especialmente se aparecerem com frequência, são marcas tão claras de que a coisa vai mal que a equipe de Gottman já está conseguindo índices de previsão próximos a 90% analisando apenas 3 minutos de conversas em vídeo.

Para Gottman e seus colegas, o fato de que essas pequenas amostragens de conversas são o suficiente para prever o futuro de um casamento sugere que os relacionamentos possuem uma espécie de "pulso" ou "assinatura" constante, que tende a se repetir ao longo do tempo. Portanto, bastaria conseguir captar esse "pulso" de forma mais ou menos instantânea para saber o que vai acontecer no longo prazo. Se alguém recém-separado diz algo como "Intuí na lua de mel que o nosso casamento não daria certo", é que o cérebro dele, ou dela, pescou essas assinaturas sem pensar.

O mesmo fenômeno detectado nos casais está presente em outras formas de percepção ultrarrápida. Se você achou que 3 minutos é pouco tempo para intuir alguma coisa, precisa conhecer um estudo da psicóloga Nalini Ambady, da Universidade Tufts. Ela concluiu que dois segundos é o suficiente para que a sua intuição seja capaz de tomar decisões. E acertar. Nalini mostrou para voluntários uma série de vídeos de dois segundos, cada um com um professor dando aula. O objetivo dos participantes era prever quais mestres seriam bem avaliados pelos próprios alunos e quais não. Note bem: os alunos tinham 6 meses de aula com o sujeito para dar seu parecer. Os voluntários, só dois segundos. E o que aconteceu? Os voluntários previram tudo certinho.

Não foi o único experimento assim. Em outro, Nalini colocou um vídeo mostrando vários cirurgiões. Alguns tinham sido processados por clientes. A tarefa dos voluntários era descobrir quais, enquanto eles falavam. Para complicar, a psicóloga usou um software que remove do vídeo as frequências da fala humana. Os voluntários só conseguiam perceber a entonação das vozes. E acertaram também!

Parece absurdo, mas você ainda não viu nada. Às vezes basta algo tão sutil quanto o movimento de um único músculo do rosto para você criar uma primeira impressão de alguém. E, como a primeira é a que fica, melhor prestar atenção na nossa próxima parte.

A verdade está na cara
Basta engatar uma conversa com alguém para um turbilhão inconsciente invadir sua cabeça. É a sua mente tentando descobrir o que o outro está pensando e sentindo de verdade. Por exemplo: se você conhece duas pessoas em um dia, pode muito bem ficar com impressões completamente opostas de cada uma, mesmo que o teor das conversas tenha sido exatamente o mesmo. Uma pode parecer simpática e a outra falsa. Isso acontece porque a comunicação verbal não vale nada para o seu inconsciente. O que ele capta são as expressões faciais do outro. Se uma daquelas pessoas riu durante a conversa, mas sem mover os olhos, seu cérebro vai saber que aquilo é uma expressão forjada. Você pode nem perceber que viu um sorriso de mentira. Mas seu cérebro percebe - e isso vai afetar o julgamento que você faz do interlocutor. A análise de expressões faciais é tão instintiva que, se você cutuca um bebê que está na dele, brincando, ele vai olhar no seu rosto para saber se você é uma ameaça. E, se você simular que é uma ameaça, fazendo uma careta, por exemplo, ele vai dar logo seu sinal de desaprovação. Nada é mais amedrontador para um ser que nasce sabendo ler expressões do que um monte de músculos distorcidos na face. Apesar de fundamental, isso de ler a mente dos outros a partir de expressões sutis do rosto é uma ciência pouco estudada. Quase tudo o que se sabe disso vem do trabalho de dois cientistas: Silvan Tomkins, aquele psicólogo de Princeton que dizia saber ler as expressões dos cavalos, e Paul Ekman, seu pupilo, hoje professor aposentado da Universidade da Califórnia em São Francisco. Os dois, por sinal, servem de inspiração para o Dr. Carl Lightman, protagonista da série Lie to Me. Se você já assistiu, conhece o principal trabalho de Ekman: a descoberta das microexpressões. Ele catalogou, uma a uma, cerca de 3 mil combinações de movimentos musculares do rosto. O resultado foi um mapa quase completo das expressões humanas. Mas o principal veio depois. Após estudar horas e horas de vídeo de milhares de pessoas, ele percebeu a presença constante de movimentos faciais que duram uma fração de segundo. Eram movimentos correspondentes a emoções que, pelo visto, as pessoas estudadas estavam tentando ocultar. Alguém simulando bom humor, por exemplo, poderia mostrar muito brevemente os lábios estreitados que caracterizam uma expressão de raiva. A mera existência das microexpressões significa que nossos instintos podem ser capazes de ler a mente dos outros de forma muito mais complexa do que detectar sorrisos falsos. Tomkins que o diga. Ele tinha ido visitar Ekman em seu laboratório enquanto ele estudava as expressões de nativos de Papua-Nova Guiné. Algumas imagens eram da tribo fore, um povo bem pacífico. As outras eram dos kukukuku, um grupo guerreiro e sodomita, que obrigava os jovens da tribo a fazer sexo com mais velhos. Tomkins não sabia de nada disso quando começou a ver as imagens no laboratório. Mas então olhou para uma foto dos fore e disse: "Hum... Esse povo me parece muito educado e gentil". Então apontou para a de um kukukuku: "Este outro é violento, e estou vendo evidências de homossexualidade". Ekman ficou de queixo caído. Quando perguntou como Tomkins tinha adivinhado, o mestre só apontou para pequenas rugas e protuberâncias que caracterizavam as expressões no rosto dos fotografados. Era tudo o que o psicólogo precisava para entrar na mente deles.

Tomkins é um fenômeno, claro. Mas isso só significa que algumas pessoas sabem ler microexpressões melhor do que outras. Você mesmo pode ser um mestre nato nisso e não saber. Mas, se você tem certeza de que não é, não há nada perdido. Do mesmo jeito que um especialista em tênis aprende a ler todos os movimentos dos jogadores, com bastante treino você pode perceber expressões que passavam batido e melhorar sua capacidade intuitiva (e dá para começar com o jogo que você viu ao longo desta reportagem). Mas, mesmo que você fique bom nisso, é melhor usar com cuidado.

O próprio Ekman faz uma ressalva importante: a presença de microexpressões serve apenas para indicar que a pessoa está reprimindo certas emoções. Não é suficiente, portanto, para revelar o porquê dos sentimentos conflitantes. Uma cara de raiva disfarçada (veja no jogo) não significa automaticamente que a pessoa está brava com você. Pode ser por qualquer outro motivo. E isso você não tem como saber de forma intuitiva, claro. Outro problema de seguir as intuições cegamente: somos preconceituosos. Mesmo quando achamos que não. Quer ver? Então responda rápido: qual cidade é mais ao norte no planeta? Lisboa ou Toronto? A alternativa certa é a cidade portuguesa, não a canadense. Mas as imagens-clichê do Canadá sempre cheio de neve enganam a intuição.

Um experimento de Keith Payne, psicólogo da Universidade da Carolina do Norte, mostra uma face mais sombria da mesma coisa. Payne colocava os participantes diante da tela de um computador. Aí aparecia rapidamente um rosto branco ou negro. Depois surgia na tela um desses dois objetos: ou uma chave inglesa ou um revólver. Tudo num piscar de olhos. E as pessoas tinham que dizer o que viram. O resultado? Elas identificavam mais rápido o revólver quando a imagem dele ele era precedida por um rosto negro do que por um branco. Payne, então, colocou os voluntários sob pressão: tinham de dar a resposta em meio segundo. Aí muitos passaram a dizer que a chave inglesa era um revólver quando ela aparecia depois do personagem negro. A única maneira de diminuir o preconceito inconsciente nas respostas era dar mais tempo para o pessoal determinar, com calma, o que tinha visto.

E, ei, isso vale para todo mundo: reflita bem antes de achar que viu sinal de um dos "Quatro Cavaleiros" dos relacionamentos no rosto de quem você ama ou de concluir que o sorriso do seu vizinho quando ele dá bom-dia não é verdadeiro. Pensar de menos, afinal, pode ser tão perigoso quanto pensar demais.

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O porquê dos 10:10 nos relógios

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Você já prestou atenção alguma vez em que quase todos os relogios que aparecem nos anúncios marcam 10:10? 
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Se nunca reparou, comprove vendo as imagens de relógios no Google Imagens

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Mas a que se devem esta hora? Simples, a alguns poucos efeitos psicológicos e estéticos muito estudados:


  • Os ponteiros formam um "V", que significa "aceitável"
  • Ou "ok" (lembre do ícone do Ok) 
  • além de que a posição pode ainda ser identificada como um sorriso;
  • A posição dos ponteiros não cobre nem o logotipo do fabricante nem o calendário, localizado normalmente às 9 (quando está à esquerda) ou às 3 (quando se situa à direita);
  • Quando você não precida ir trabalhar, a que hora você acorda: 10 e pouco né. Pois então, esta posição dos ponteiros é uma mensagem subliminar que cria uma sensação agradável a quem vê.

A Ciência demonstra e confirma a Origem do Homem : Barro


Experimento de norte-americanos comprova que mineral induz a formação rápida de membranas e de vesículas.
O ingrediente que faltava para reunir as moléculas orgânicas da Terra primordial numa membrana, formando um esboço de célula, pode ter sido uma simples fôrma de argila -um pó ou pasta acinzentada comum em diversos lugares do planeta. Porem no único lugar que contem maiores propriedades esta na planície do rio Jordão, nas proximidades da região da meseta de Judáh ou deserto de Iehudáh.
É isso o que sugerem experimentos feitos por cientistas norte-americanos, nos quais a mera adição desse condimento mineral multiplicou em cem vezes a tendência de ácidos graxos (as moléculas que compõem os lipídios ou gorduras) de formar uma membrana de camada dupla, parecida com a que todas as células bacterianas, animais ou vegetais ostentam até hoje.
Esse projeto de célula, no entanto, vai muito além da mera formação: ele também consegue "crescer", incorporando mais partículas de ácido graxo espalhadas nas proximidades, e até se "dividir" -embora precise de um certo grau de estímulo dos pesquisadores para conseguir realizar essa última proeza.
"Não estamos querendo dizer que foi exatamente assim que aconteceu durante a formação da vida", declarou o bioquímico Jack Szostak, 50, da Universidade Harvard (EUA). "O que o nosso experimento faz é demonstrar que precursores celulares poderiam aparecer sem a necessidade de mecanismos bioquímicos complexos", afirma o pesquisador, cujo trabalho sai hoje na revista norte-americana "Science" (www.sciencemag.org).
O experimento de Szostak (pronuncia-se "chôstak") e seus colegas marca mais um ponto em favor da humilde argila, que já tinha demonstrado outra propriedade suspeitamente pró-vida. Ela é capaz de induzir a formação de cadeias de RNA, a molécula-irmã do DNA que também armazena instruções genéticas e, ao contrário dele, consegue induzir reações químicas sozinha. Para muitos cientistas, o RNA é o candidato ideal para primeiro material genético da história da vida.
Do barro à vida (“E formou O Senhor, D’us, ao ser humano do Pó da terra....” Gêneses 2:7)
"Nós nos inspiramos nessa capacidade conhecida da montmorillonita [o tipo de argila mais utilizado no experimento] para ver se ela conseguia induzir o mesmo processo com os ácidos graxos", conta Szostak. As membranas celulares verdadeiras são formadas por moléculas bem mais complicadas, embora aparentadas: os fosfolipídios, que incluem também átomos do elemento fósforo.
A tendência desses ácidos é se juntar em pequenos aglomerados. Os pesquisadores, no entanto, viram que a adição de um pouco de montmorillonita à mistura aumentou em cem vezes essa tendência. As vesículas de dupla camada que surgiram da reação englobavam as partículas de argila.
Como tanto o mineral quanto as camadas de ácido têm carga elétrica negativa (e portanto deveriam se repelir), a hipótese dos pesquisadores é que uma camada de partículas positivas adjacente à argila atraia as vesículas.
Os pesquisadores misturaram ainda RNA, marcado com uma tinta fluorescente vermelha, à argila. Ele também foi englobado -mais um passo em direção a uma "célula", com membrana e material genético (veja a foto abaixo). Na presença de mais matéria-prima, as vesículas cresceram, absorvendo-a, e os pesquisadores causaram sua "divisão celular" (que ocorreu sem perda do material interno) fazendo-as atravessar uma rede de microporos.
"Se pudéssemos fazer com que o RNA iniciasse algum tipo de síntese dentro dessas vesículas, seria um grande passo. Mas esse é um grande projeto, ao qual ainda temos de dar prosseguimento", afirma Szostak. "Temos de ter a mente aberta e tentar simular um caminho completo, da formação das moléculas orgânicas à das células." Uma coisa, no entanto, é certa: matéria-prima não faltava.
Lembremos no Livro de Reis I (Melachim Alef) 7:46: “Na planície do Jordão o rei os fundiu, no chão de argila, entre Sucot e Tsaretan”
Isto é indica que o rei Salomão ou melech Shlomo, não escolheu de nenhuma parte argila, senão justamente perto da planície do Jordão, no das uma dimensão do conhecimento do rei Salomão, porem especialmente marca uma idéia da concepção Divina da criação. O livro de Gêneses ou Bereshit indica que a ciência cada vez comprova que a Bíblia sempre tem razão.

Fonte: http://pensamentosdorabino.blogspot.com.br/2011/02/ciencia-demonstra-e-confirma-origem-do.html
 

A Flor Cadáver


A arum titan (Amorphophallus titanum), uma flor que atinge 6 metros de altura, com diâmetro médio de 1,35 metro, parece uma daquelas plantas de filme de ficção científica.
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Além da aparência pra lá de exótica, seu tamanho é proporcional ao insuportável fedor, que lhe rendeu o apelido de “flor cadáver”.
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O mau cheiro é estratégico: em vez de borboletas e passarinhos, a flor depende de moscas e besouros – que se alimentam de carniça – para espalhar seu pólen e lhe assegurar a reprodução.

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Isso explica por que a arum titan desabrocha só duas ou três vezes em seus 40 anos de vida: para produzir tamanho mau cheiro (os cientistas usam máscara para se aproximar da flor aberta), ela precisa manter alta temperatura interior, de 36°C, e com isso consome grande parte da energia que armazena.

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Essa criatura singular foi descoberta pelo botânico italiano Odoardo Beccari, em 1879, nas florestas tropicais de Sumatra, ilha da Indonésia, no Oceano Índico. Mas há exemplares da planta, por exemplo, nos Jardins Botânicos Reais de Sydney, na Austrália.