Num bar de Ribeirão Preto eu vi com meus olhos esta passagem
Quando champanha corria a rodo, no alto meio da grã-finage
Nisto chegou um peão trazendo na testa o pó da viagem
Pro garçom ele pediu uma pinga, que era pra rebater a friage
Levantou um armofadinha e falou pro dono
"Eu tenho má fé quando um caboclo que não se enxerga, num lugar deste vem pôr os pés.
Senhor que é o proprietário deve barrar a entrada de quarquer.
Principalmente, nesta ocasião, que está presente o rei do café"
Foi uma sarva de parmas gritaram viva pro fazendeiro
Quem tem milhões de pés de cafés por este rico chão brasileiro
Sua safra é uma potência em nosso mercado e no estrangeiro
Portanto vejam que este ambiente não é pra quarquer tipo rampeiro
Com um modo bem cortês responde o peão pra rapaziada
"Essa riqueza não me assusta, topo em aposta quarquer parada
Cada pé desse café eu amarro um boi da minha invernada
e pra encerrar o assunto, eu agaranto que ainda me sobra uma boiada"
Foi um silêncio profundo, o peão deixou o povo mais pasmado
Pagando a pinga com mil cruzeiro disse ao garçom pra guardar o trocado
Quem quiser meu endereço que não se faça de arrogado
É só chegar lá em Andradina, e perguntar pelo rei do gado.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
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